domingo, 27 de abril de 2008

Apresentação

A organização e constituição do Grupo de Estudos Novum Organum? Temáticas entre Direito e Literatura da PUCRS foi concretizada em 2005, por meio da iniciativa dos alunos do curso de direito que buscavam realizar leituras de obras literárias e discutir suas diferentes interpretações em encontros que tivessem como principal metodologia: o prazer de ler.
Desde então, em parceria com a Faculdade de Letras, realizamos encontros quinzenais para discutirmos as leituras realizadas pelo grupo que, por sua vez, são deliberadas semestralmente por seus integrantes.
Os discursos acerca dessa interface ainda aparecem muito vinculados à idéia de entretenimento; principalmente, em um território que se diz Direito, findo, acabado e resolvido na completude de seu ordenamento.
As investigações realizadas pelo grupo têm comprovado exatamente o oposto dessas opiniões. Assumir uma postura transdisciplinar a partir da análise do discurso dos textos literários, com a finalidade de enfrentar temáticas jurídicas, tem nos convocado a rastrear outras áreas do conhecimento. Além disso, possibilita enfrentar a realidade jurídica através da porosidade do próprio ordenamento, muitas vezes, lacunoso, ambíguo e vago.
Em razão dessa nova proposta de análise discursiva, as temáticas aparecem sob a forma de dicotomias que desconstroem as fronteiras e, conseqüentemente, o princípio dos territórios excludentes. Diferentes temáticas discutidas no grupo revelam-se, necessariamente, imbricadas com a subjetividade e devem ser analisadas a partir de seu enfrentamento, seja por meio das tragédias gregas, literatura russa, literatura alemã, literatura africana, literatura inglesa, literatura francesa, literatura portuguesa, literatura brasileira e demais literaturas...
As leituras de Eurípedes, Sófocles, Homero, Dostoievski, Kafka, Camus, Shakespeare, Saramago, Machado de Assis, entre outros, têm convocado novas interpretações transdisciplinares.
Autores como Levinas e Bakhtin provocam uma nova racionalidade para os argumentos jurídicos, com base na alteridade e intersubjetividade, visando à construção de uma nova hermenêutica para o Direito.
Contamos com a sua participação.

Nenhum comentário: